Mumificação

Múmia é todo corpo de ser humano ou de animal preservado natural ou artificialmente. A palavra vem do árabe e significa "betume". No Egito, as primeiras tentativas de mumificação eram simples e pouco eficazes. O corpo do morto era coberto por gesso, o que resultava numa espécie de casca que preservava só a aparência externa do corpo.

A partir do Antigo Império (cerca de 2580 a.C.) o natrão, um tipo de sal, passou a ser usado no processo que teve uma evolução. Os corpos eram cobertos por cristais de natrão que sugavam os líquidos do corpo. Essa técnica de conservação foi completada pelos processos de evisceração (retirada das vísceras) e excerebração (retirada do cérebro) para evitar que sua decomposição se espalhasse pelo corpo. As vísceras eram retiradas, só o coração era deixado no corpo por ser considerado o centro vida, do conhecimento e da inteligência.


MÚMIA FEMININA
Museu Nacional

 

A cavidade abdominal poderia ser preenchida com goma de cedro, mirra, diversos ungüentos, junto com mechas de linho ou apenas serragem, dando ao corpo sua forma original antes de ser enfaixado com tiras de linho impregnadas com resinas vegetais. Por último, um sudário era amarrado ao corpo com faixas horizontais.

Inicialmente, só o faraó podia ser mumificado. Após o Antigo Império, o privilégio foi estendido aos nobres e, pouco a pouco, a todos que pudessem pagar. Por ser um processo caro e demorado, praticavam-se mumificações mais simples, conforme os rendimentos da família do morto. Não era exclusiva aos seres humanos. Como na religião egípcia os deuses poderiam se manifestar pelos animais, alguns deles, também eram mumificados e até criados para tal fim. A mumificação foi praticada no Egito até os primeiros séculos d.C, mas as técnicas e seus resultados variaram a cada período.