Museu Nacional - UFRJ

Os Karajás – Plumárias e Etnografia

Os Karajás são habitantes seculares das margens do rio Araguaia e suas aldeias desenham uma ocupação territorial entre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará. Hábeis canoneiros, manejam com maestria os recursos alimentares do cerrado e da floresta tropical de transição, composto por frutos do cerrado, produtos das roças de coivara e pela rica ictiofauna do rio Araguaia e de pequenos lagos.

Tal nome é a denominação Tupi para um grupo lingüístico que se autodenomina Iny (nós mesmos), composto por outros três: Karajás, Xambioás ou Karajás do Norte e Javaés. Cada subgrupo possui uma maneira própria de falar, havendo entre eles uma diferenciação lingüística entre homens e mulheres.

Devido ao contato permanente com a sociedade brasileira, os Karajás falam o português e convivem com o mundo dos não-índios. Foram alvos da política de integração nacional conhecida como Marcha para Oeste, estimulada pelos governos de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek. Muitos indígenas estudam em capitais como Goiânia, Palmas e Brasília. Alguns têm ocupado cargos de vereança em cidades próximas às aldeias. A população total passa de 3000 pessoas.

Os Karajás se destacam pela sua arte cerâmica, em especial pelo modo de fazer as bonecas (ritxòò/ ritxkòkò), atributo exclusivamente das mulheres. Esse saber tradicional está sendo objeto de um processo com vistas ao seu registro como patrimônio imaterial brasileiro. Em janeiro de 2011 uma comitiva de indígenas Karajás visitou o Museu Nacional, juntamente com pesquisadores da UFGo e do IPHAN.

A arte plumária é outro aspecto marcante deste povo. Destaca-se o raheto, grande cocar feito de penas de urubu, coelheiro branco e rosa e de periquitos, usado pelos homens solteiros na ocasião das festas de iniciação dos meninos, conhecida como Casa Grande ou Hetohoky. Na cosmologia dos Karajás o sol era o raheto do urubu-rei que o herói mitológico (Kynyxiwe) feriu com uma flecha. Por isso, o sol anda devagar atravessando o céu durante o dia.

Os raheto diferem pela habilidade do artesão, qualidade da plumária e variedade de aves. O tradicional deve ter pena preta de urubu, pois o urubu-rei – ióló, na língua indígena – é uma respeitada chefia Karajá, representada em certos contextos rituais por crianças que têm um banquinho, esteira própria e um cetro especial de penas de araras. São carregados por um grupo de parentes masculinos e não podem tocar o chão.


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